“Cheguei chegando, Príncipe, destemido
Sou Pedro e Henrique, já muito querido
Dono de castelo, valente, sem medo
Arteiro e belo, o mais forte rochedo
Alegria que irradia, que pula, pipoca
Sorrir todo dia. Ser Pedro, Pedrinho e Pedroca”
E assim, Pedro Henrique chegou até mim e virou bunequinho. Ainda na barriga, pequenino, mas desde já muito querido, esse menino!
O processo de um bunequinho é repleto de muita (boa) conversa, investigação, olhares e histórias, muitas histórias. Emocionante, porém desgastante, pois trata-se não apenas da confecção de um boneco, mas de todo um imaginário, de todo um entorno de acolhimento, cumplicidade e afetividade que traduz uma visão da família para a chegada da criança, e também um objeto de identificação de valores, conceitos, segurança e representatividade. Também insere-se toda uma gama de atribuições subjetivas destinadas à livre interpretação, para que a criança e a família, acima de tudo, encontrem significados ou ressignifiquem seu conteúdo.
O conceito principal capturado para Pedro Henrique era a humildade e a empatia. Era visível o desejo de seus pais em procurarem ser um exemplo para que seu filho conseguisse sustentar tamanhas virtudes em uma sociedade competitiva e egoísta. E assim, seu bunequinho nasceu no diminutivo, repleto de carinho: Pedrinho, ou Pedroca.
Missão curiosa, repleta de simbologias. O nome Pedro significa ´Rocha´ e Henrique significa ´Príncipe do Lar´.
Pensei: e por que não desenvolver um príncipe cuja nobreza maior resida em sua reconhecida e genuína humildade e flexibilidade? E cujo principal poder seja o de estender a mão para ajudar quem necessita ou para pedir ajuda, quando perceber que não vai dar conta?
Em um mundo tão atraído por superlativos, em que todo mundo consome sucesso e ostenta uma versão perfeita de si, valorizar a humildade é um exercício desafiador. Porém, é possível e necessário. A humildade é um valor fundamental para que uma criança cresça se sentindo segura de quem ela é e se sinta capaz de valorizar os demais e aprender com eles.
Nosso príncipe ganhava cores, formato, braços abertos e acolhedores, sorriso constante, mas não tinha coroa. Sua principal não cabia nela, mas em seu coração. Tampouco era pesada. Muito pelo contrário. Fazia Pedroca flutuar e levar a vida com leveza. E deixava a vida de todos à sua volta igualmente leve e adorável.
Criar uma criança não apenas consiste em proporcionar para ela alimento, segurança e afeto. Como pais, também é nossa responsabilidade transmitir valores e guiá-las para que elas cresçam tendo qualidade humana. Educar os pequenos na humildade vai proporcionar a eles uma vida mais feliz e melhores relações sociais.
As pessoas soberbas e arrogantes gastam a sua energia sentindo-se e tentando parecer superiores ao resto. Isso é incompatível com uma existência harmoniosa e, geralmente, costuma afastar os demais do nosso lado. Pelo contrário, uma pessoa humilde é alguém que todos nós desejamos ter por perto. São indivíduos tolerantes, compassivos e capazes de aprender com os seus erros.
Por isso, se você quiser que o seu filho torne-se alguém querido, deve trabalhar no desenvolvimento da humildade desde os primeiros anos dele. Os valores que são estabelecidos na infância costumam permanecer e nos acompanhar durante toda a vida. Portanto, você estará fornecendo um presente que ele vai aproveitar para sempre.
Sem dúvida, a humildade é um dos valores essenciais na educação das crianças. Ser humilde significa sentir respeito em relação aos outros, não desvalorizar ninguém nem se considerar superior, e, sobretudo ter uma atitude permanente de aprendizado.
Desenvolver o bunequinho Pedroca me ajudou a compreender que a principal forma de ensinar as crianças a serem humildes é explicando com exemplos e situações reais dessa palavra tão abstrata, e, é claro, dando exemplo. Os pais têm, nesse aspecto, um papel muito importante.
Os valores que são estabelecidos na infância costumam permanecer e nos acompanhar durante toda a vida. Portanto, você estará fornecendo um presente que ele vai aproveitar para sempre.
O educar na humildade deve vir por meio de exemplos cotidianos.
– Aproveite se o seu filho brinca em equipe para explicar a ele que nem sempre se ganha e que aceitar a derrota e parabenizar o vencedor é um exemplo de humildade.
– Seja exemplo para seu filho que é possível ganhar sem ridicularizar nem rir dos que perdem. É possível lidar com o sucesso de forma esportiva, empática e amistosa.
– Normalize a ideia de que ninguém é perfeito, que nem todos são bons nas mesmas coisas e que podemos trabalhar para melhorar. Não devemos nos focar em superar o colega ao lado, mas sim em superar a nós mesmos.
– Quando o seu filho vir animais pequenos como mariposas ou insetos, demonstre que nenhum deles é menos importante que os maiores. Seja exemplo de como respeitá-los e a criança entenderá que isso também é humildade.
– Pedir desculpas não é tarefa fácil. No entanto, é um ato de reflexão e arrependimento necessário. O ensinamento nasce do exemplo, então saiba demonstrar a importância do perdão para consertar uma ação. Mais do que isso, exercite o olhar empático, pois mais do que pedir desculpas, é necessário se importar verdadeiramente com os outros.
Humildade é ser humano. É aceitar que um pode cair e sempre se pode levantar. É aprender a perder e também a ganhar. É respeitar aos que têm mais experiência e ser tolerantes com as diferenças. É ter a mente aberta e estar disposto a aprender durante toda a vida.
Ao contrário do que muitos pensam, humildade não é sinônimo de submissão nem de fraqueza. Uma criança humilde é capaz de valorizar as suas forças sem se gabar delas e de reconhecer as suas limitações sem se sentir inferior. Ou seja, ela é capaz de respeitar os demais sem deixar nunca de respeitar a si mesma.
Uma criança humilde será uma criança feliz, que, assim, não terá necessidade de ser perfeita para saber que é valiosa. Da mesma forma que ela não vai esperar a perfeição dos demais, ela saberá tolerar a frustração e adequar-se às mudanças, aprendendo com a adversidade. Ela vai desfrutar de relações sociais saudáveis e sinceras mas, sobretudo, terá uma relação saudável consigo mesma, amando-se e se aceitando como ela é.
Sou muito grato por esse projeto, onde mais aprendi do que pude ensinar. Além de bunequinho, também criamos ilustrações que estampam a parede de seu mundo, seu reino, seu quarto. Acho que, em breve, recolheremos as vivências desse príncipe num livro!
Que Pedroca absorva ao máximo das referências que possui em casa. E siga inspirando, sendo um príncipe que não carrega uma coroa na cabeça, mas um coração de ouro!
A Bunequinhos pode criar príncipes e princesas para sua família, criando histórias, fantoches, dedoches, ilustrações, bonecos e livros – tudo personalizado – que criem memórias e formas de amor entre você e quem você ama.
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